A IMPORTÂNCIA DA CONSTRUÇÃO COLETIVA

Desde o início do ano letivo, estamos trabalhando a estrutura do gênero poesia. No início com cantigas-de-roda, na sequencia pesquisando e fazendo leitura de textos de diversos autores de poesias  infantis e /ou que escreveram para o público infantil como: José Paulo Paes, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Tatiana Belink, Sérgio Caparelli, Silvio Luiz, Elias José e outros. Os alunos já se familiarizando com o gênero textual, conhecendo versos, rimas, estrofes, então chegou o momento de iniciarmos o Projeto: A Duque no Centenároio de Luiz Gonzaga. A partir daí começamos a pesquisar poetas do nordeste e suas obras, especialmente cordéis. Iniciamos com pesquisas, leituras do referido gênero depois   as produções foram feitas de forma coletiva com os alunos em duplas, trios, construindo versos e observando as rimas, por acreditar que facilitaria a troca de informações entre eles, pois os colegas que estão em um momento mais avançado do conhecimento, com certeza, podem auxiliar o processo de aprendizagem dos outros.

Pesquisaram por muitas vezes no Uquinha, no infocentro, textos de vários autores de cordéis, depois de muita pesquisa, leitura eles fizeram produção oral, criando e citando versos e escreveram  no caderno,  logo a seguir digitaram no uquinha. Então foi sugerido eles citarem os versos para serem trabalhados, corrigidos coletivamente, no quadro e/ou mudadas algumas palavras pela turma com a mediação da professora de acordo a necessidade. Em todo trabalho o uquinha foi utilizado. De início fizemos produções coletivas acreditando na concepção de Vygotsky sobre a chamada 'Zona Proximal' do desenvolvimento cognitivo dos alunos. ZDP. Zona proximal explica  as aprendizagens que os alunos adquirem com a ajuda dos colegas que estão em momento mais avançado de conhecimento. Pensando assim depois da produção coletiva continuaremos com as produções individuais. Interessante o texto a seguir:

Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) (зона ближайшего развития), é um conceito elaborado por Vygotsky, e define a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro. Quer dizer, é a série de informações que a pessoa tem a potencialidade de aprender mas ainda não completou o processo, conhecimentos fora de seu alcance atual, mas potencialmente atingíveis.

Esta ideia aproxima-se à de Jim Cummins, de informação mais um (ou i + 1), que afirma que o indivíduo não pode construir conhecimento novo sem uma estrutura, um fundamento, de aprendizagem prévia. Lev Vygotsky diz que o indivíduo não pode transpor um expediente de aprendizagem sem algum conhecimento anterior cognitivamente relacionado, a fim de conectar e suportar a nova informação.

A zona de desenvolvimento proximal

A ZDP muitas vezes é tomada como um dos níveis de desenvolvimento, porém, trata-se precisamente do campo intermediário do processo. Sendo o desenvolvimento potencial uma incógnita, já que não foi ainda atingido, Vygotsky postula sua identificação através do entendimento da ZDP. Tomando como premissa o desenvolvimento real como aquilo que o sujeito consolidou de forma autônoma, o potencial pode ser inferido com base no que o indivíduo consegue resolver com ajuda. Assim, a zona proximal fornece os indícios do potencial, permitindo que os processos educativos atuem de forma sistemática e individualizada.